A palavra “clássico” evoca um sentido do tradicional, do habitual, do padrão. No entanto, é interessante refletir sobre o que faz um clássico: será o tempo, a utilidade, o caráter inovador? A meu ver, é uma combinação rara dos três fatores. Clássicos são peças ou tendências que foram pioneiras quando surgiram pela primeira vez, que surpreenderam e perturbaram o status quo. São as que continuamente desafiam, as que não se deixam vencer pelo tempo. São práticas e versáteis. São moda mas não vítimas dela.

Existe uma concordância geral sobre aquilo que a sociedade aceita como clássico, dentro da estética comum que a História do design e as fronteiras mundiais definiram. Claro que um clássico europeu ou ocidental não será um clássico oriental, por exemplo. Todos decidimos o que é clássico, embora, muitas vezes, o mesmo dependa da nossa própria história e gosto pessoal. É uma decisão ao mesmo tempo coletiva e individual. Existem, para mim, materiais, texturas e cores que são uma escolha segura e à prova do tempo. O azulejo, o brilho e as cores neutras são tendências que podem estar mais ou menos na voga, mas que nunca ficarão desatualizadas.