Escrito por Zita Rocha
O Natal pode tornar-se uma época um pouco incoerente, em que se somam as inúmeras iniciativas de solidariedade a um consumismo desmedido. Mas é possível contrariá-lo.
Quando é que foi que substituímos um gesto sincero de afeto por um presente vazio de significado? O Natal deveria ser, acima de tudo, uma época em que reinam o amor, a união e a partilha. É impossível capturar estes sentimentos num embrulho, por mais bonito que este seja. O valor que alguém tem para nós nunca deveria ser quantificado em euros, mas parece-me que isto não nos impede de continuar a tentar fazê-lo. Dadas as corridas às lojas, o stress que testemunho entre amigos e as arrependidas confissões sobre pequenas fortunas gastas em presentes, pergunto-me: quando é que nos esquecemos do que é o Natal?
Entre crianças, compreendo perfeitamente a importância de não se quebrar a magia do Pai Natal e do seu pesado saco de prendas. Mas entre adultos, não haverá uma melhor forma de transmitir a nossa amizade? Todos os anos, sinto-me grata por ter a sorte de poder dar prendas àqueles que mais gosto, mas sinto que se perdeu a surpresa no ato de as receber. Daí eu procurar oferecer sempre algo com valor acrescentado. Nesta altura, prefiro visitar as lojas de antiguidades e o comércio tradicional em busca de presentes com alma, memórias e arte.
Este ano, ofereça a si mesma uma pausa da pressão de tentar encontrar o presente perfeito para todos. Por que não fazer algo à mão? Um ornamento que pode ser pendurado todos os anos na árvore é uma solução personalizada e refletida que será, com certeza, valorizada por quem o receber. Um saquinho de bolachas caseiras é uma ótima alternativa aos doces processados populares nesta altura. Ofereça algo que realmente demonstre o carinho que tem pelas pessoas à sua volta.
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