Escrito por Zita Rocha
O estilo escandinavo, qual viking, invadiu a Europa e fixou-se como uma tendência à qual Portugal não conseguiu escapar. A questão é: como adaptá-la à realidade portuguesa?
Seja pela acessibilidade que as grandes cadeias nórdicas de mobiliário proporcionaram ou pela versatilidade das peças em si, os portugueses estão rendidos. O que é que o estilo escandinavo pode inspirar de novo no design português? Acredito que foram as linhas simples e sóbrias, em conjunto com a simplicidade das cores claras e o design elegante e minimalista, que tão rapidamente cativaram os portugueses. Vivemos numa época de maior contenção, afastada da tendência essencialmente consumista que entulhava a nossa vida de coisas. Quer-se durabilidade, sustentabilidade e consciencialização. O material e paleta de cores privilegiados no estilo decorativo nórdico – como seja a madeira e os tons neutros – tornam-no a melhor manifestação desses valores no design.
A dificuldade surge quando tentamos conjugar peças características de um estilo a nós alheio, de atributos bem afastados do estilo português, com a decoração autóctone. O segredo desta adaptação encontra-se na estilização. Já aqui definimos algumas particularidades: cores claras e neutras, materiais como a madeira e o vime, as linhas sóbrias. Basta privilegiar um destes atributos e incorporá-lo na decoração.
Estando esta tendência na ordem do dia, facilmente encontrará exemplos em qualquer lado. A Antarte criou duas coleções que ilustram perfeitamente esta conjugação. A linha Oslo, que encontrou a sua inspiração no design simples e minimalista escandinavo, e a linha Azores, na qual o uso surpreendente e inovador da madeira é o principal destaque.
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