Escrito por Zita Rocha
O fiel medidor ficou no bolso das calças. Acertou a esquina do quadro a olho, como fazia sempre que atravessava o corredor e fechou a tampa do vaso pontiagudo, naquele jeito invisível com que as mulheres se ocupam de uma casa. Ninguém daria por ela em qualquer momento do dia. Mas se por algum motivo ela lhes falhasse, notariam de imediato a ausência dessa peça fundamental que mantém o equilíbrio entre as coisas. As mães são assim.
Sentou-se, finalmente, no sofá da sala de estar, olhando tranquilamente as palmeiras do papel de parede escolhido a dedo. Fechou os olhos a tudo o resto que ficava por arrumar, orientar, colocar no sítio e decidiu abrir a pequena caixinha de macarons sobre os joelhos. Era hora de um mimo merecido.